No começo, a gente só o encontra nos suspiros da mãe, nos olhos do
cachorro esperando no portão, na cadeira vazia, no remendo dos armários,
nos pregos segurando os quadros, na garrafa de vinho, pela metade. Aos
pouquinhos e devagar, a gente começa a encontrá-lo nas alegrias do
mundo, no vôo das cotovias, no desenho das nuvens formando barquinhos e
caravelas, numa pessoa sem mágoa, nas toalhas sem nódoa, e até quando
felizes nossos olhos vão se enchendo d'água.
Rita Apoena
Nenhum comentário:
Postar um comentário