segunda-feira, 30 de abril de 2012

Te olho nos olhos e você reclama que te olho muito profundamente. Desculpa, tudo que vivi foi profundamente. Eu te ensinei quem sou e você foi me tirando os espaços entre os abraços, guarda-me apenas uma fresta. Eu que sempre fui livre, não importava o que os outros dissessem. Até onde posso ir para te resgatar? Reclama de mim, como se houvesse a possibilidade de me inventar de novo. Desculpa se te olho profundamente, rente à pele, a ponto de ver seus ancestrais nos seus traços. A ponto de ver a estrada muito antes dos seus passos. Eu não vou separar as minhas vitórias dos meus fracassos! Eu não vou renunciar a mim, nenhuma parte, nenhum pedaço do meu ser vibrante, errante, sujo, livre, quente. Eu quero estar viva e permanecer te olhando profundamente.
Ana Carolina

Nenhum comentário:

Postar um comentário