segunda-feira, 14 de maio de 2012

Eu não sei se há vida nas próximas duas horas ou daqui 25 anos. Não sei se darei as mãos em frente ao mar sentindo que nada me falta, se minha preocupação será com o horário de pegar as crianças na escola, se comprarei cremes para as rugas e shampoo para cabelos grisalhos. Mas neste segundo eu posso afirmar com as minhas maiores convicções: o sangue passeia pelo meu corpo, o ar entra e sai dos meu pulmões, os segundos do relógio brigam com as pilhas fracas e passam correndo. Eu não posso ignorar. Eu não posso sentar e assinar papéis cheios de poeira enquanto o sol colore a pele de outras pessoas na praia. Não posso ver um avião decolar da janela de um escritório. Eu preciso estar no avião e ver tudo de cima. Hoje eu digo que estou viva e nada me impede de viver. Em todos os planos.
Verônica Heiss

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