Mas o que dói mesmo é esse finalzinho de dia. A hora
que eu validava a minha existência com a sua atenção. A hora que eu
representava o mundo para a única plateia que me interessa. A hora que
eu me irritava um pouco, porque fazia parte. E então tudo isso que
pensei e vivi ganhava um motivo maravilhoso e digno que era virar imagem
no seu ouvido. Virar realidade. Agora fico aqui me perguntando se eu
existo mesmo. Porque se não me conto pra você, o que eu sou? Pra que
serve?
Tati Bernardi
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