sábado, 25 de maio de 2013


Aqui está minha vida, esta areia tão clara com desenhos de andar, dedicados ao vento.
Aqui está minha voz, esta concha vazia, sombra de som, curtindo seu próprio lamento.
Aqui está minha dor, este coral quebrado, sobrevivendo ao seu patético momento.
Aqui está minha herança, este mar solitário que de um lado era amor e, de outro, esquecimento.


Cecília Meireles

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