domingo, 1 de junho de 2014

Erguer antes de tudo uma parede –
a parede no caso é importantíssima,
pois as janelas só existem sobre
paredes, as janelas sobre nada

são também nada e não são sequer vistas.
Em seguida quebrá-la até fazer
nela um grande buraco, não maior
que a parede, pois precisamos vê-la,

nem menor que seus braços – as janelas
sobre as quais não se pode debruçar
não são janelas, são buracos. Pronto.

Ou quase: agora basta construir
um mundo do outro lado da parede,
para que possas vê-lo, emoldurado
Gregorio Duvivier

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